sábado, 16 de agosto de 2014

A função do tempo




“O tempo passa. O fôlego retorna. Parece milagre, mas a semente da cura começam a florescer nos mesmos jardins onde parecia que outra flor não brotaria mais. A alma é sábia, enquanto achamos que só existe dor, ela trabalha em silêncio para tecer o momento novo. E ele chega.”

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Infecção e rejeição da prótese...




Foi uma semana muito difícil, com altos e baixos e ontem a tarde veio a derradeira decisão que me levou de volta ao centro cirúrgico. Lá reencontrei além do Dr. Rodrigo, anjo que cuidou de mim todos esses dias, toda a equipe que me acompanhou há 8 dias atrás na primeira cirurgia, fiquei emocionada com o apoio e carinho de todos e Dr Leonardo o anestesista, conversava comigo com a voz calma e confortadora dizendo que Guimarães Rosa definia assim os reveses que enfrentamos:  "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem... Foi a última coisa que ouvi antes apagar... A vida é assim mesmo uma grande aventura e aqui estou eu, sem os seios, mas ainda me mantendo inteira!

Águeda

domingo, 8 de junho de 2014

Pequenos Retalhos



O tempo, de vento em vento,desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. 
Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura.

A gente não precisa de certezas estáticas.
A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar.
De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias.

A gente precisa é saber criar espaço,não importa o tamanho dos apertos.
A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu.
É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma.
A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver.
A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.

Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente.

Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.

Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.

(Ana Jácomo)