sábado, 7 de setembro de 2013

10 Mandamentos Sobre o Câncer de Mama

Sei que conselhos quando não solicitados, não devem ser dados, porém, abaixo seguem boas dicas para quem está recentemente neste barco e onde o mar nem sempre é calmo...



1- Dai a vós mesmas, tempo para pensar:

Quem recebe o diagnóstico acha que é preciso fazer alguma coisa na mesma hora. Não é. Respire fundo. Reduza a rotação da cabeça antes de tomar decisões.

2- Honrai vossos sentimentos, sejam eles de esperança, raiva ou medo.

E não se surpreenda ao sentir tudo isso em 15 minutos, várias vezes por dia.

3- Não julgueis o tipo de tratamento do próximo nem as atitudes e as opções de reconstrução. 

Nunca vi integrantes da comunidade do câncer de mama julgarem os outros. Os juízes de plantão são os que nunca passaram por isso. 

Alguns acham que você deveria superar o seu câncer de fitinha rosa e fofinha, toda animada, ou se sentir grata pela lição de vida. Nada a ver. Talvez você seja do tipo otimista. Talvez se sinta mesmo grata. Tudo bem! Mas dizer que alguém deveria se sentir assim ou assado ao receber o diagnóstico, é como dizer que alguém deveria ter um metro e oitenta ou olhos castanhos.

4- Amai a vós mesmas como ao próximo. 

Nós, mulheres, somos muito duras conosco. Dê a si mesma a pausa que daria a uma pessoa de quem você gosta, caso recebesse um diagnóstico desses.

5- Não vos castigueis.

Você não está com câncer de mama porque tomou anticoncepcional demais, comeu coisas erradas, porque não amamentou ou porque não fez exercícios suficientes.

6- Deixai que os outros vos ajudem. 

A família e os amigos querem fazer algo por você. Permita isso!

7- Não dareis falso testemunho contra a ciência.

Você pode escolher um determinado tratamento ou não. (Veja o 3º mandamento.) Pode ter ou não uma boa experiência. Os outros podem aprender com o relato franco do que você passou, mas isso não a transforma em médica especialista. Nisso, as celebridades têm responsabilidade especial.

8- Perguntai aos médicos. 

“Qual é o risco de A ou B?” ou “O que quer dizer essa palavra?” ou “Pode repetir?” Os bons médicos gostam de ouvir suas perguntas e temores. Os nem tão bons assim precisam se lembrar de que há uma pessoa por trás daquela mama.

9- Aproveitai o dia.

O câncer é como um elefante na sala. Às vezes é preciso lhe dar um tapinha nas costas enormes e feias, e dizer: “Desculpe aí, elefante, mas vou à praia, ao cinema ou passear com meus filhos. A gente conversa quando eu voltar. Agora vou sair e me divertir.”

10- Lembrai-vos de que sois mais do que o vosso câncer.

Você pode ser uma pessoa com câncer, mas também é mulher, mãe, irmã, filha, profissional e amiga.

É você quem decide até que ponto o câncer faz parte da sua identidade...


http://www.selecoes.com.br/os-10-mandamentos-do-cancer-de-mama

sábado, 24 de agosto de 2013

Acreditar !!

Acreditar !

Nossa visão do mundo é muito limitada. Mesmo nossos sonhos mais longínquos não nos permitem ir mais além, quando nosso eu está ferido.

Quando tudo vai mal, quando não conseguimos acrescentar uma gota sequer de solução aos nossos problemas, começamos a ver o mundo como se tudo fosse cinza, como se tivéssemos o poder de ir apagando toda a beleza que está espalhada à nossa volta.

A questão nem é ser negativo, pois uma pessoa negativa o será sempre, mas é de ir deixando aos poucos de acreditar que algo possa ser mudado, simplesmente porque o tempo é interminável quando sofremos ou esperamos alguma coisa que tarda a chegar, ou ainda quando tomamos as dores dos outros acompanhando o movimento do mundo.

Mas mesmo quando tudo estiver cinza, quando as possibilidades de saída te parecerem como muros altos e intransponíveis, continue acreditando! Não deixe a peteca cair! 

Eu garanto que enquanto você se mantiver em movimento para construir alguma coisa, a esperança vai estar no seu caminho como uma vela acesa iluminando sua passagem.

As esperanças só morrem quando morremos em nós, quando deixamos de acreditar que a vida é esse monte de vivências às vezes contraditórias, doloridas e belas ao mesmo tempo.

Jamais permita que a tristeza tenha símbolo do seu nome! Que ela venha quando não puder evitá-la, mas que fique justo o tempo necessário para ensinar alguma coisa. Pare um pouquinho e olhe a natureza: ela nunca desiste! As estrelas continuam brilhando apesar dos vendavais que agitam as nuvens.

A solidão às vezes é benéfica, quando nos faz refletir sobre nosso eu e nossas razões de vida. Mas não deve ser uma companheira inseparável que nos isola do mundo. Há mãos estendidas na nossa direção. Sempre há! Só não vemos quando olhamos pra trás ou quando fechamos os olhos.

Mesmo quando não acreditamos em mais nada, Deus continua acreditando em nós. E Ele renova nossas forças, nos sustenta, nos mantém de pé, ainda se nossos joelhos se dobram e nos sentimos incapazes de continuar.

O importante é continuar essa aventura da vida, sem baixar os braços, sem baixar a cabeça. Temos todo o direito de cair, mas temos o dever de resistir.

Ainda que a lua se consuma e o sol desapareça, que o infinito se desfaça e a terra se perca, há esperança para cada um de nós. Eu acredito!

Eu sei que muitos e muitos precisam continuar acreditando que o melhor ainda está por vir. E desejo que acreditem!

(Letícia Thompson)


domingo, 18 de agosto de 2013

Viver e não ter a vergonha de ser feliz!


Esses dias caminhando em direção ao metrô, via as pessoas indo e vindo, algumas assentidas das suas posições na sociedade, outras em massa de manobra sem ter noção do real motivo de estarem ali.

Volta e meia no decorrer da vida, e suas ranhuras, chegamos em algumas linhas de raciocínio que parece que ninguém irá nos entender. E realmente não irá. Quando porventura, ou por uma aventura, nos encontramos em um estado de espírito denominado “sei lá” a tal ponto que nem realmente nós conseguimos contextualizar as nossas aflições, a única solução é: serenar.

Existem coisas que não precisam ser entendidas, aceitas ou estar dentro dos padrões da sua família ou sociedade. Tentar entender tudo é chato e coabitar com os próprios pensamentos encharcados de dúvidas todos os dias é uma faísca para despertar a própria loucura.

Relaxar é fluência, não displicência. Saber relaxar também é uma inteligência direcionada, é saber ressignificar as prioridades e tirar mais tempo para viver. Confesso, quando penso demais e fico nesse emaranhado de dúvidas, simplesmente durmo, caminho, tomo um banho… Pois acredito que pensar demais posterga os sonhos e assim cria dúvidas desnecessárias sobre um futuro totalmente hipotético. Pensar demais anula a vida em sua essência. Pensar demais mata a sanidade.

Então se eu pudesse dar uma dica seria: se livre das suas razões. Você não precisa ter razão de tudo, ser onisciente e totalmente presente em todas realidades. Suas verdades não são absolutas e algumas soluções da vida são paliáveis. A vida guia, transforma, muda de rumo e mudar de opinião é saudável. Continuar com a mesma opinião às vezes também saudável. Pouco saudável é depender de terceiros para delimitar seus passos.

Os outros estão vestindo as lentes deles, que na maioria das vezes, não são do mesmo grau que as nossas. Conselhos devem ser ouvidos, mas muito bem ponderados dentre a nossa realidade. Os outros nunca saberão o que estamos realmente sentindo. Pois para eles as suas frescuras são traumas, e seus traumas podem soar como frescuras.

Até hoje sinto dificuldade de me libertar de algumas amarras que a vida e a sociedade me impuseram. De certas ressacas morais, de certas incertezas sobre meu futuro. Não podemos ser vítimas de nós mesmos. Hoje concordo que meu maior inimigo sou eu mesmo. Minhas regras internas. Meus dogmas sem sentido. Meus medos estranhos. Minhas ansiedades vazias.

Amar, sentir, sofrer, isso é saudável. Inóspito é ser vazio, não ter do que falar, do que chorar, do que lembrar. A vazies é violenta. A falta de esmero pela vida é violenta.

Mas, e o que seria da vida se as dúvidas não se multiplicassem, os focos se perdessem, os sonhos se cessassem… Às vezes devemos pegar e jogar tudo para o alto, mas às vezes só devemos continuar o que estamos fazendo e aquietar nossos ânimos. Lembre-se, o inconsciente sempre nos vê por baixo das cortinas.

Frederico Elboni

Quando li este texto, de cara senti que descreve exatamente como me sinto... Tenho câncer, posso morrer sim, porém, ainda não morri. Estou aqui e ainda sou a favor de que a vida longa ou curta, deve ser vivida intensamente, de forma plena! Vida é dádiva. Se aqui estou é porque tenho direito a ela e se ela quer me escapar, cabe somente a mim, resgatá-la e fazer cumprir o tempo que me é determinado para viver e ser feliz! Sem ressentimentos, revoltas ou tempo a perder. O encanto da vida é ser feliz!

Águeda

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O que tem sido...

Faltava já tem um tempo atualizar o blog sobre como segue meu tratamento...

Fiz minha mastectomia e tudo correu bem, exceto o dreno que entupiu logo no dia seguinte em que sai do hospital e que por esse motivo, exigiu que eu tivesse que ir ao Rio de 3 em 3 dias fazer punções para retirar o seroma. Foi um período cansativo.

Nos primeiros dias ao me olhar no espelho, foi de um estresse sentido, mudo, calado na sua impotência... A sensação de mutilação é real e latente, e exige de mim um exercício em conjunto de domínio da mente, do corpo e principalmente da alma. Tentar superar e acreditar na mastectomia como um detalhe, frente à possibilidade de cura e de direito a vida, é o ponto chave. 

Hoje já me conformo e acredito mesmo que o preço, se for esse, é muito baixo perante o presentão da vida... Pessoas passam por estórias semelhantes ou diferentes, não sou mais sofredora e nem menos sofredora do que os demais, apenas cada um de nós, temos nossas medidas, nossas próprias dores e dificuldades particulares... Não se trata de quem sofre mais ou menos e sim de Superação! Isso é o que determina o sentido e o nosso verdadeiro valor!

Resumidamente, deixo minhas impressões vivenciadas nesses 2 meses de intensos acontecimentos e onde me senti em muitas ocasiões dentro do olho de um furacão. Não bastasse meu estresse particular da mastectomia quando do retorno da cirurgia, ainda recebi a notícia de que o linfonodo sentinela deu positivo e houve necessidade de ser realizado o esvaziamento axilar.


Associado a tudo isso, as mazelas do serviço público, aquele em que depois de esperar por 20 longos dias com pontos cicatrizando, fazendo punções, chegamos as 4 e meia da manhã ainda noite ao Inca e me deparo com outras dezenas de pessoas que chegaram por lá, tbm na busca do mesmo objetivo. Tanto alvoroço é porque é o dia que finalmente abre-se a agenda para marcar consulta com o mastologista... (acontece uma vez ao mês).

Completava-se quase 30 dias que tiraram meu peito, minha mama, meu câncer, e de lá pra cá, nenhum, mas nenhum médico me olhou ou orientou e o resto do tratamento? e agora? Viajo 160 km de distância, e mesmo chegando cedo vou pro meio da fila. Depois da espera, me vem a resposta daquele "ser" do outro lado do balcão que nem me olha nos olhos e parece alheia ao sofrimento de todos ali, dizendo friamente... "-Só tem para o mês que vem!"   - Como assim para o mês que vem?!  e ai começa a xêpa, sangue "portuga" e não muitas papas na língua me fazem detonar toda minha indignação. E logo estou novamente fazendo um percurso que se torna quase uma rotina: "Quem tem boca vai a Roma!" e "Roma" no Inca tem nome: Ouvidoria! 

Chora daqui, reclama de lá, uma impotência, uma necessidade de infelizmente ter que pedir, implorar e se sentir mais um número numa linha de produção, numa estatística. Não há envolvimento, cumplicidade. Não se sente em uma luta de médico e paciente, unidos pela vida... É uma luta solitária contra todas as armadilhas que o serviço público nos prega o tempo todo, com seus entraves de falta de vagas e muitas vezes apenas a falta de um olhar solidário.

Desde o dia que iniciei meu tratamento, cada vez que passo por uma consulta é um médico diferente. Em geral, residentes que trabalham sob a supervisão de uma chefia que só aparece em última necessidade. Não faço ideia de quem me operou, e nem mesmo depois da cirurgia tive a honra de receber esse “Santo”. Confio apenas que ele deve ter feito seu trabalho de forma profissional e competente (Deposito minha fé nisso e no fato do Inca ser uma referência) Mas isso é justo?? Tudo é impessoal e as dúvidas quando surgem não conseguem ser de pronto saciadas e acreditem, embora não pareça, a verdade é que sou e devo me sentir PRIVILEGIADA!! Porque pelo menos eu operei, pelo menos eu estou recebendo o tratamento. Se a cada etapa é uma luta onde tenho que discutir com quem deveria me defender, pelo menos tenho saído vencedora em cada uma delas! Mas gente! Isso não era pra ser assim!! 

Deixo claro que não são só coisas ruins. Mal ou bem existe um outro lado. Existem pessoas humanas que se movem por nós lá dentro, naqueles corredores. Profissionais dedicados, médicos que tentam dentro de suas possibilidades nos passar segurança... Éh... tem muita gente boa, não posso deixar minha indignação momentânea cegar que dentre tudo o que relatei, também me deparei com anjos! Dra Renata Reis, foi minha esperança e a que me colocou no caminho em um momento que me encontrava perdida, sem saber o rumo a tomar... A Nádia, que graças ao seu empenho, conseguiu antecipar para mim algumas consultas e obtive os relatórios preenchidos que meu seguro exigiu... As enfermeiras da sala de curativo que me atenderam com atenção. A guarda da portaria, sempre agindo de forma solidária e com simpatia para todas as mulheres que sobem o "ladeirão" pela primeira vez... E o pessoal lá do 5º andar, onde fui muito bem cuidada nos dias em que estive internada pra cirurgia. Os voluntários que entra semana e sai semana, estão ali sempre disponíveis tentando informar e orientar. 

Tem muita coisa dando certo ali. Ainda podia ser melhor! Podia ser realmente pra todos! Mais rápido, menos doloroso e mais humano... 

Mas eu? Eu ainda sou privilegiada!



Logo volto pra contar como está sendo a "SINISTRA" Quimioterapia...

terça-feira, 9 de julho de 2013

A Prece...


A prece maior é ser generoso com o vizinho. É estampar um sorriso no rosto. É falar a verdade toda vida. É ser caridoso. É ser fiel com os amigos. É estar do lado do bem. É cantar pruma criança dormir. É brincar com elas numa tarde grande. É saber que Deus mora em cada pequena coisa com toda sua grandiosidade. É espalhar amor em doses de chuvaradas por aí.

A prece maior se encontra num abraço, numa conversa jogada fora num dia de domingo. Numa palavra que salva, que enriquece, que abençoa. Num conselho que transforma a vida de alguém. Num olhar carinhoso. Numa mão que ampara, que acolhe, que semeia.

A prece maior se encontra onde há esperança, onde mora a palavra AMOR. A prece maior se encontra onde há recomeços, onde há dias recheados de paciência e tolerância. Onde há uma história comprida com gente bonita morando dentro. A prece maior se encontra no que não se acaba, no que permanece, apesar dos pesares todos.

A prece maior é ser feliz por nada. É agradecer por tão pouco. É amar até quem não nos ama. É respeitar os limites, os medos, as diferenças. É perdoar as ofensas, os erros, os espinhos. É ter os olhos voltados para o sol. É ter o coração tranquilo. É levar uma semente de esperança onde a flor da vida já secou faz tempo.

A prece maior a gente não faz ajoelhado, a gente faz é sorrindo...

(Cris Carvalho)

domingo, 30 de junho de 2013

Mastectomia



Já tinha um tempo que eu vinha ensaiando abrir este blog com intenção de poder dividir experiências, dificuldades e trocar informações e dúvidas com outras mulheres que estejam passando pela mesma situação que eu. Também dar notícias aos amigos e contar meu dia a dia, pois, nem sempre podemos estar nos falando e sei que dessa forma, posso unir o útil ao agradável. Além de tudo, é uma maneira de me distrair e ocupar a cabeça quando nada mais houver para pensar...

Existem já alguns textos que eu havia escrito em postagens anteriores então, nada aqui está muito organizado, mas ao final o objetivo será alcançado.

Até aqui tinha a sensação de estar meio que flutuando, viajando como uma turista no meu próprio drama, talvez acreditando que tudo passaria tão rápido que não valeria a pena publicar passagens dessa fase de minha vida. No entanto, nessa ultima quinta feira, dia 26, a ficha despencou de vez!

Amanhã sigo para o INCA no Rio de janeiro para iniciar os procedimentos pré-cirúrgicos e na Quinta feira, dia 4, farei a mastectomia da mama direita. A princípio não há possibilidade de reconstrução imediata da mama e não é fácil digerir o impacto dessa notícia. Contudo, minha preocupação maior no momento é a investigação durante a cirurgia do linfonodo sentinela (outra hora explico sobre isso), este sim, é que vai determinar meu prognóstico (segundo as estatísticas) e determinar o tratamento que terei de seguir após a cirurgia... 

Estou confiante...

Bjus!

Carpe Diem!




“Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi finem di dederint.
Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros.
Ut melius, quidquid erit, pati.
Seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam, quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare.
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi spem longam reseces.
dum loquimur, fugerit invida.

"Não perguntes a mim, a ti, que fim terão teus dias,
Nem indagues os tempos do Oriente. Terrível é o saber.
Melhor aceitar o destino. Quer Júpiter ainda nos conceda outro inverno, quer este seja o último que agora se desgasta e é suficiente para paralisar os opostos do mar.
Mas seja prudente. Filtra o vinho! Enquanto falamos a odiar-nos, já se foi o tempo.

Carpe diem quam minimum credula postero."

Aproveite o dia! confiando pouco no amanhã!”.

Santa Águeda e Minha Espiritualidade



"Santa padroeira do combate contra o Câncer de Mama"

Águeda ficou conhecida tanto pelo seu nome Águeda, como por Ágata. Águeda quer dizer "Boa".

Hoje é a padroeira da mastologia e das pacientes que sofrem de câncer mamário. Seu dia, 5 de Fevereiro, é tido como o dia da mamografia. 

Segundo o que se conta, Santa Águeda (a santa boa) foi entregue a uma mulher de má conduta para desviá-la de Deus. Como mantivesse a ‘firmeza da fé, foi submetida a cruéis torturas: desconjuntamento dos ossos, mutilação dos seios. Foi arrastada sobre cacos de vidros, carvões em brasa.

Santa Águeda não gritou, não chorou e rezou durante todo o tempo do martírio em devoção a São Pedro Apóstolo, até que os soldados, em um gesto extremado, amputaram seus seios, arrancando-os.

Quem me conhece sabe que sou filha de portugueses e meus pais escolheram meu nome em homenagem a Santa Águeda. Essa santa é figurada com um vaso numa mão, cheia de seios cortados, e na outra com uma faca ou um par de tenazes. Portugal tem uma cidade com o seu nome e lá ela tem grande número de devotos.

Minha espiritualidade transcorre por vários caminhos. Apesar de ter sido criada nos preceitos da religião católica, a vida muitas vezes me colocou fazendo questionamentos. Hoje, me sinto tranquila, figuro entre aqueles que acreditam na existência de um ser maior sempre a meu lado, me protegendo, mas sou distante dos rituais ou dogmas. Sempre me achei e ainda me considero uma pessoa privilegiada em todos os sentidos. Mantenho a postura de sempre seguir minha consciência, porque que se Deus existe, ele faz parte dela. Deus é presente no amor que sinto, no bem que pratico ao meu semelhante e dentro de minha alma não existe espaço para o mal, culpas ou ressentimentos. Esse é meu lema, essa é a minha crença! e por desígnios ou mera coincidência esse é meu nome: Águeda! Por esse motivo tão coincidente do nome da santa e por ser a protetora das mulheres com esse câncer foi que achei interessante fazer essa postagem sobre essa santa.

Oração:

"Ó gloriosa virgem mártir Santa Águeda, que para não trair a fé em Jesus Cristo preferiste ter os seios arrancados no martírio e miraculosamente curados na prisão, olhai por vossas filhas que cheias de confiança, se dirigem a vós. Vós soubestes conservar-vos íntegra diante de Deus. Liberta-nos da tentação de trocar nossa fé por valores passageiros que nos afastam de Deus. Jovem que fostes, livrai nossos jovens das drogas, do consumismo, da prostituição e de todo tipo de exploração e como disseste ao vosso torturador: "Não te envergonhas de mutilar na mulher o tua mãe te deu para dele tirares o alimento?"  Livrai-nos de todos os males da mama para que a cada dia vivendo como verdadeiras cristãs, possamos dizer convosco: Tenho na minha alma os seios íntegros com os quais nutro todos os meus sentidos que desde a infância consagrei a Cristo Jesus. Amém. Reze um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória ao Pai."

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Os Quatro Fantasmas





"Leiga, totalmente leiga em psicanálise, é o que eu sou. Mas interessada como se dela dependesse minha sobrevivência. Para saciar essa minha curiosidade, costumo ler alguns livros sobre o assunto, e outro dia, envolvida por um texto instigante - acho que da Viviane Mosé, - me deparei com as quatro principais questões que assombram nossas vidas e que determinam nossa sanidade mental. São elas:


1) Sabemos que vamos morrer.
2) Somos livres para viver como desejamos.
3) Nossa solidão é intrínseca.
4) A vida não tem sentido.

Basicamente, isso. Nossas maiores angústias e dificuldades advêm da maneira como lidamos com nossa finitude, com nossa liberdade, com nossa solidão e com a gratuidade da vida. Sábio é aquele que, diante dessas quatro verdades, não se desespera. 


Realmente, não são questões fáceis. A consciência de que vamos morrer talvez seja a mais desestabilizadora, mas costumamos pensar nisso apenas quando há uma ameaça concreta: o diagnóstico de uma doença ou o avanço da idade. As outras perturbações são mais corriqueiras. Somos livres para escolher o que fazer de nossas vidas, e isso é amedrontador, pois coloca responsabilidade em nossas mãos. A solidão assusta, mas sabemos que há como conviver com ela: basta que a gente dê conteúdo à nossa existência, que tenhamos uma vontade incessante de aprender, de saber, de se autoconhecer. 

Quanto à gratuidade da vida, alguns resolvem com religião, outros com bom humor e humildade. O que estamos fazendo aqui? Estamos todos de passagem. Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trade de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal. Volto a destacar: bom humor e humildade são essenciais para ficarmos em paz. Os arrogantes são os que menos conseguem conviver com a finitude, a liberdade, com a solidão e com a falta de sentido da vida. Eles se julgam imortais, eles querem ditar as regras para os outros, eles recusam o silêncio e não vivem sem os aplausos e holofotes, dos quais são patéticos dependentes. A arrogância e a falta de humor conduzem muita gente a um sofrimento que poderia ser bastante minimizado: bastaria que eles tivessem mais tolerância diante das incertezas.

Tudo é incerto, a começar pelo dia e a hora da nossa morte. Incerto é o nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta. Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir. De se relacionar. De fazer tentativas. O sentido disso tudo? Fazer parte. Simplesmente fazer parte.

Muitos têm uma dificuldade tremenda em aceitar essa transitoriedade. Por isso a psicoterapia é tão benéfica. Ela estende a mão e ajuda a domar nosso medo. Só convivendo com esses quatro fantasmas - finitude, liberdade, solidão e falta de sentido da vida - é que conseguiremos atravessar os dias de forma mais alegre e desassombrada."


Martha Medeiros


domingo, 2 de junho de 2013

Meus erros, seus erros e as controvérsias...

Cada caso é um caso, não é? Primeiro eu era péssima no auto exame, então não abria mão da mamografia, o que eu não sabia era que eu, como proprietária de mamas densas fazia parte do grupo onde a mamografia nem sempre detecta alguma coisa... li em um site: 

"Um caso recente (parecido com o meu) chamou a atenção para a falta de eficácia da mamografia. Uma mulher que havia feito uma mamografia – e os resultados tinham sido normais, um ano depois ficou sabendo que estava com câncer de mama. O nódulo era grande, e a doença já havia se espalhado para a sua coluna (espero que meu caso não seja tão parecido). 


Em termos leigos, isso significa que o tecido mamário da mulher era tão espesso de tecido fibroso e ductos de leite que foi difícil ver todos os cancros que poderiam estar lá.

Para entender, basta visualizar os seios como o céu. Em um dia claro, você pode ver qualquer objeto no céu. Mas quando a mama é densa, é como um dia nublado. Existem objetos no céu, mas você não consegue vê-los.

Aliás, segundo os médicos, não só é difícil encontrar tumores em uma mamografia de mama densa, como ter tecido denso aumenta as chances de ter câncer de mama.

Como a mamografia não é um instrumento de rastreamento perfeito, especialmente para mulheres jovens, e casos como esse se repetem todos os dias, fique atenta, Se você quer ter certeza de que não tem câncer, procure saber quando uma mamografia pode não ser suficiente para você.


Observe no relatório da mamografia a sua pontuação BI-RADS, que indica a probabilidade de ter câncer de mama. “1″ nessa escala significa que o seu mamograma não mostrou nenhum caso de câncer, e “5″ que você tem alta suspeita de câncer. Às vezes, o laudo pode dizer que está tudo bem, quando na verdade o resultado de BI-RADS sugere que você deve ser acompanhada mais de perto

Minha opinião e dica principal: Mastologia é a especialidade adequada pra examinar teus seios! longe de mim depreciar os outros profissionais da medicina, mas como diz o velho ditado: "Cada macaco no seu galho" Aliás, penso que os ginecologistas e obstetras que não tem essa especialidade, deveriam ser menos gananciosos, mais éticos e indicar a suas pacientes, principalmente as que estão acima dos 40, a procurar pelos seus colegas de profissão. No meu caso, meu ginecologista é ótimo no que tange o assunto "pererecas" entretanto, foi falho ao não me indicar uma ultrassonografia para melhor investigação em minhas mamas há 1 ano e meio atrás! 

O Médico Mastologista, é quem melhor orienta e conduz o diagnóstico no momento mais difícil... o da descoberta...

domingo, 26 de maio de 2013

Acordei! Sonho ou pesadelo?!...


O capitulo atual de minha vida se inicia no fim de abril de 2013... Acordei com uma dor desconfortável nas costas e sob a axila numa espécie de íngua. Ainda meio que acordando,  levei a mão as costas, tentando descobrir o motivo da dor e de forma inconsciente toquei meu seio, onde sem muito esforço, percebi um nódulo sólido. De cara acendeu uma luzinha no meu inconsciente. Levantei, me coloquei de frente ao espelho e observando com atenção mais detalhada, reparei pela primeira vez, que ao movimentar meu braço para o alto, a pele da mama se retraia, o nódulo a repuxava e fazia uma pequena cova na parte inferior... Foi esse o primeiro alarme!

Sempre fiz mamografia anualmente e me garantia nisso 100%, porque pelo auto exame, no toque, de fato mesmo, eu nunca consegui distinguir "poha" nenhuma. No entanto, hoje percebo que deveria ter insistido mais em aprender o auto exame! Talvez tivesse feito diferença no cenário que hoje estou vivendo. Fica a dica da importância do auto exame e complemento que tampouco, ele sozinho serve como garantia. Muitas mulheres se tocam e quando não acham nada, se sentem seguras deixando de lado a necessidade de fazer a mamografia. Cabe salientar que mesmo que vc fosse fera em detectar nódulos, vc só o perceberia quando ele alcançasse no minimo 1 cm, enquanto que a mamografia é capaz de detectar algo como do tamanho de um grão de areia

Mas esse capitulo continua, pois ainda assim, há controvérsias...